O refluxo gastroesofágico (DRGE), popularmente conhecido pelo seu principal sintoma, a azia, é um mal que atinge, segundo dados da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), 30% da população adulta do Brasil. Quando não tratado, o mesmo pode comprometer a qualidade de vida das pessoas, afetando o sono e agravando doenças pulmonares, como pneumonias. bronquites e asma. Além disso, ele pode ocasionar erosões e úlceras no esôfago, além de alterações nas células do órgão — uma patologia chamada Barrett, que pode evoluir para um câncer. Dentre as possíveis complicações da doença, também ressaltamos inflamação nas cordas vocais, engasgos frequentes e dificuldade para engolir.
O refluxo gastroesofágico (DRGE) tem cura?
Por se tratar de enfermidade crônica, ele não tem cura. Porém, o refluxo gastroesofágico (DRGE) pode ser controlado através de tratamentos que envolvem a adoção de hábitos saudáveis, como controle do peso, mudanças comportamentais, uso de medicamentos e intervenção cirúrgica (em casos mais graves).
Além disso, agora contamos também com um método terapêutico endoscópico, minimamente invasivo, que tem se demonstrado eficaz, tal qual a cirurgia.
Isso porque o mesmo é considerado uma intervenção segura, com baixo risco de complicações, que traz, sem dúvidas, muitos benefícios para inúmeros pacientes.
Conheça o novo tratamento para quem tem refluxo gastroesofágico (DRGE).
Aprovado no Brasil em outubro de 2020 pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa), o procedimento endoscópico TIF (Transoral lncisionless Funduplication), com uso do dispositivo médico Esophyx, é um novo e moderno recurso terapêutico que trata refluxo gastroesofágico (DRGE).
O mesmo, desenvolvido em 2004 pela empresa americana EndoGastric Solutions, já é amplamente usado nos Estados Unidos e na Europa, tendo tratado mais de 22 mil pessoas.
Para trazer mais esclarecimentos sobre o novo tratamento, a Top Med, distribuidora exclusiva no Brasil, responde, agora, às principais dúvidas sobre ele. Confira:
O que é procedimento endoscópico TIF com Esophyx?
O procedimento endoscópico TIF é realizado pelo aparelho Esophyx. Pela técnica, é feita uma fundoplicatura, onde temos a comunicação do esôfago com o estômago.
Desta forma, ocorre o aumento da pressão no esfíncter, impedindo que o refluxo aconteça.
Qual a principal diferença entre o procedimento endoscópico TIF com Esophyx e a cirurgia de fundoplicatura convencional?
O novo método é feito, geralmente, somente com o auxílio do aparelho de endoscopia. Ou seja, totalmente pela boca, não necessitando de qualquer tipo de incisão (cortes).
Isso traz uma série de vantagens, como recuperação imediata, com alta no mesmo dia, além de um pós-procedimento muito melhor, sem dor e risco ínfimo de infecções.
Para que perfil de paciente é indicado o procedimento endoscópico TIF com Esophyx?
- Para pacientes sem lesões no esôfago, que optaram por não realizar o tratamento medicamentoso ou não tenham tido respostas efetivas à abordagem com remédios.
- Para pacientes em que a fundoplicatura convencional poderia trazer muitos efeitos colaterais, como distensão abdominal.
- Para pacientes que realizaram cirurgia bariátrica, como “sleeve“, e não desejam transformar a mesma em “bypass“.
É necessário internação para passar pelo procedimento endoscópico TIF com Esophyx?
Como o mesmo ainda é uma novidade, inicialmente se determina a necessidade de uma internação de 24 horas.Mas, a expectativa, segundo muitos especialistas, é que com o tempo o procedimento possa ser realizado de forma ambulatorial e o paciente seja liberado em até 12 horas.
O procedimento endoscópico TIF com Esophyx faz com que o paciente fique muito tempo afastado do trabalho?
O procedimento endoscópico TIF exige apenas um dia de observação.
Contudo, o paciente pode retomar a sua rotina normal em três dias, dependendo do trabalho que realiza.
Onde e como é inserido o dispositivo Esophyx?
Por meio de uma sonda endoscópica, o dispositivo Esophyx é inserido via trans-oral (pela boca).
Ele passa pelo esôfago e vai até o estômago, onde é feito o grampeamento, recriando a barreira anti-refluxo.
Após o procedimento endoscópico TIF com Esophyx, em quanto tempo é possível perceber a melhora dos sintomas?
Os trabalhos científicos sobre o novo tratamento demonstram bons resultados a curto e longo prazo, visto que os primeiros publicados já atestaram evidências significativas no período de três meses, em que pacientes diminuíram o uso de medicamentos antiácidos e apresentaram melhora dos sintomas.
Além disso, esse progresso clínico apresenta o seu ápice em seis meses e, posteriormente, segue progressivamente por dois anos, persistindo por uma década.
Quais profissionais médicos estão autorizados a realizar o novo procedimento endoscópico TIF com Esophyx?
Estão autorizados a conduzir este procedimento médicos endoscopistas membros da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), com especialização em endoscopia terapêutica ou endoscopia avançada (preferencialmente).
Além disso, é preciso ainda que o profissional passe por uma capacitação para o manuseio do dispositivo Esophyx, envolvendo o treinamento com uma equipe dos Estados Unidos, onde a tecnologia foi desenvolvida.
Quais exames são necessários para fazer o procedimento endoscópico TIF com Esophyx?
O primeiro exame a ser feito é uma endoscopia, para entender se há alguma alteração anatômica a qual impedirá a realização do tratamento, assim como alterações causadas pelo refluxo (esofagite, por exemplo).
Outros dois essenciais para a correta avaliação do paciente são a PHMetria ou impedanciophmetria, visto que o objetivo, aqui, é averiguar quantas vezes por dia o refluxo ocorre e as características do que é refluído, bem como manometria de alta resolução, que ajudará a entender a correta motilidade do esôfago.
O procedimento endoscópico TIF com Esophyx já é oferecido pelo Sistema Único de Sáude (SUS) ou planos de saúde privados?
nfelizmente, o Sistema Unico de Saúde (SUS) não realiza este procedimento e a expectativa é de que isso ainda demore. Também não há regulamentação específica para realização do mesmo via operadoras privadas de saúde.
Mas, como cada plano tem seu contrato com o segurado, o melhor é procurar o seu médico e, em conjunto com ele, avaliar a sua situação de maneira individualizada.
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